sexta-feira, 6 de março de 2009

Exames em fase de testes


Esta semana, a Fuvest, responsável pelo vestibular da USP, um dos maiores do país, divulgou que entre 2001 e 2009 o número de calouros com renda familiar superior a R$ 5 mil aumentou em 36,4%. Já os que vêm de famílias que ganham menos que R$ 1,5 mil reduziu 34%.

No mesmo período, a universidade anunciou que vai repensar a aplicação das provas no próximo vestibular, na tentativa de minimizar a influência dos cursinhos pré-vestibulares. Eles adotam medidas extremas para ajudar o ingresso de seus alunos com fórmulas prontas, músicas ‘decorebas’, além de outros artifícios que apenas os preparam às provas objetivas. “Na dúvida e para não zerar no teste, escolha sempre a mesma letra”, orientam alguns professores.

Além disso, dias atrás, ouvi uma entrevista no portal UOL com o ministro da educação, Fernando Haddad, enfatizando que é preciso modificações urgentes nos vestibulares, a fim de que eles estejam alinhados ao conhecimento aplicado durante o ensino médio.

Bom, que as universidades públicas no Brasil estão ‘limitadas’ aos filhos da alta sociedade, recrutando futuros profissionais com maior poder aquisitivo, não é notícia e sim fatos comprovados.

O governo até tenta gerar oportunidades para o ingresso de quem não tem condições de pagar mensalidades por meio das cotas, nota do Enem e facilidade para o ingresso de quem cursa todo o ensino médio em escola pública, nessas instituições, mas não é o suficiente.

A educação básica precisa ser reforçada, completando-a no ensino fundamental e intensificando-se ainda mais no médio. Por sua vez, os vestibulares, principalmente àqueles de universidades públicas, necessitam caminhar paralelamente a tudo isso, cobrando nesses exames o ensinamento oferecido na escola não paga.

E, quando o ministro afirma que é preciso rever as provas que dão acesso à universidade ele tem razão. Hoje os jovens carentes e até mesmo a classe média, que complementam os estudos em cursinhos pré-vestibulares, deparam-se muitas vezes com conteúdos jamais vistos na rede pública. Vamos aguardar os exames seguintes e ainda avaliar se eles são realmente eficazes. Não seria melhor analisar todo o histórico escolar ao longo da vida acadêmica do pleiteante para recebê-lo na universidade?

Um comentário:

Anônimo disse...

A educação pública é mal elaborada, começando pela grade de informação, os baixos salários dos professores e ainda a falta de estímulo de alguns jovens de estudar. Os alunos da rede pública ficam atrás daqueles que têm acesso as informações extracurriculares oferecidas pelas escolas particulares. O poder publico deveria iniciar uma nova forma de educar, implantando novas regras para as escolas públicas e as particulares. Uma discussão que vai muito além dos nossos conhecimentos, porque envolve o interesse público e privado. Será que a USP e outras universidades publicas vão mudar mesmo? Tomara que sim!