quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O Feitiço de Áquila

Uma cena um tanto quanto estranha aconteceu, ontem, quando voltava para casa, depois de um dia de trabalho. Consegui pegar justamente a condução que aguardo no ponto de ônibus, todos os dias, mas que justamente ontem não precisava. Tudo bem, embarquei mesmo assim.

O único lugar vago no micro-onibus era entre mim e a janela. O rapaz alto, magro, moreno e aparentando seus vinte e poucos anos pediu licença e sentou-se ao meu lado. Acomodou-se rapidamente e logo foi me oferecendo um livro do Rubem Alves, As razões do amor.

- Pega esse livro para você ir lendo no caminho! - sugeriu o rapaz. - Detesto andar de ônibus sem ter o que ler em mãos, fico entediado - continuo ele.

Confesso que achei bastante estranho e, se não fosse o anel dourado que já uso na mão esquerda, teria a certeza de que ele estava me paquerando. Talvez até estivesse! O fato foi que ele não sabia que emprestou gentilmente a obra que ele acabara de comprar, provavelmente em um sebo próximo ao ponto de ônibus que ele subiu, por conta da escrita do valor do livro e do estado físico do produto, que denunciavam, a uma apreciadora da leitura.

Propus-me a ler o primeiro capítulo que falava sobre o Feitiço de Áquila. Sim, pode ser um vexame, mas confesso que nunca li a história por inteiro. E infelizmente isso não aconteceu ontem, já que o ponto onde eu deveria descer estava próximo. Agora, estou curiosa para saber o final da história de amor entre Isabel e o cavaleiro Navarre. Vou descobrir e depois volto para contar!